A Fazenda Venturim produz café no Brasil já a 5 gerações. O patriarca Amadeo Venturim foi o primeiro imigrante a se fixar no município de Venda Nova do Imigrante (nas montanhas do ES), e desde que chegou, começou a cultivar café (1882). Amor esse que passou de geração em geração e perdura até os dias de hoje.
No início do século passado, seu filho Francisco comprou os primeiros lotes de terra no norte do ES, e junto com Euzaudino (do Chico) começou a abrir áreas de cultivo e plantar café. Um detalhe aqui: Nessa época, não existia cultivo comercial de café conilon. O café cultivado aqui em sua maioria era café Bourbon Vermelho, mesmo num clima semi-arido, entre 100 e 200m de altitude.
Depois da erradicação dos cafezais no fim da década de 60, Bento Venturim (4ª geração), já radicado no norte do ES e outros produtores locais (liderados pelo então prefeito de São Gabriel, Dr Dário Martineli) começaram os primeiros plantios comerciais de conilon no Brasil (São Gabriel da Palha é conhecida como o Berço do Café Conilon). A cultura se adaptou muito bem à região, e fez ressurgir a cafeicultura (principal atividade econômica da região), que tinha sido devastada pela “erradicação”.
Por ter cuidado de lavouras de arábica na juventude, Bento nunca se conformou em produzir o conilon como era feito na região (colheita prematura, secagem a altas temperaturas ou direto de terra, etc...), porque sabia que também no caso do café arábica, se fosse feito assim, não resultaria em boa bebida... muito menos especial.
Já pensando na sucessão que se aproximava, Bento plantou no coração dos seus filhos a semente da qualidade, e nas suas cabeças a ideia de que se tratassem o conilon de maneira especial, como já se fazia nas montanhas com o café arábica, ele também seria uma bebida especial... e seguindo essa ideia, Isaac e Lucas Venturim buscaram todas as técnicas que se usava na cultura de arábica, somadas a toda tecnologia já desenvolvida para o café conilon no ES e têm conseguido resultados surpreendentes.
Em 2007 depois de bastante pesquisa era hora de implementar o projeto. Seria necessario ainda muito aprendizado, precisariam replantar lavouras, adquirir equipamentos e refazer esse planejamento muitas e muitas vezes.
Em 2012, já com muitas lavouras refeitas, começaram a despolpar o café, e o ganho na qualidade foi inacreditável. No primeiro concurso regional que participaram foram premiados com o 1º, 2º e 3º lugares... Mas as dificuldades nessa adaptação de equipamentos e conhecimentos foram muitas.
Nessa busca pela excelência, melhoraram os processos, os equipamentos, e em 2016, viram que precisariam evoluir ainda mais, para se aproximar e entender as necessidades do mercado. Era a hora de dar um novo passo. Levar o seu café direto ao consumidor final.
Em 2017 fundaram sua micro-torrefação e marca própria, Café Fazenda Venturim, que foi fundamental para pesquisar e desenvolver conhecimento também sobre a torra e extração dessa espécie, ainda pouco difundida no segmento de cafés especiais.
Com muita troca de experiência junto a outros produtores, e com institutos de pesquisa, principalmente Incaper e Ifes, continuaram evoluindo e em 2018 conseguiram um verdadeiro marco na história da cafeicultura mundial, como reconhecimento desse trabalho.
A Fazenda Venturim foi a primeira produtora de Café Canéfora (Conilon / Robusta) a integrar o quadro de membros da BSCA, que foi a primeira associação de cafés especiais no mundo a reconhecer a especialidade também dessa espécie.
Também em 2018 iniciaram as primeiras exportações de lotes finos dos seus cafés, que hoje já podem ser encontrados em algumas das melhores cafeterias e torrefações do Brasil e do mundo.
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