Nos dias 7 e 8 de junho, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) apresentou o novo protocolo oficial para avaliação sensorial do produto no Brasil, o Sistema Coffee Value Assesment (CVA), aos profissionais da comunidade do café especial da região da Alta Mogiana, durante o 4º Qualidade no Campo, realizado, na Fazenda Santa Monica, em Ibiraci (MG), pela Eldorado Specialty Coffees.
O vice-presidente da entidade, Luiz Roberto Saldanha, considera que eventos in loco, nas regiões produtoras do Brasil, são importantes para que os cafeicultores e os profissionais da comunidade do café especial tenham acesso às inovações do setor, ao que se apresenta como novo e será tendência, preparando esses atores para lidarem profissionalmente com um mercado dinâmico.
“Um evento na origem produtora é sempre uma importante oportunidade para aproximar os produtores das novidades do setor de cafés especiais. E esse é um evento que evolui e ganha qualidade ao trazer palestras de altíssimo nível, com conhecimentos que estão extremamente holísticos, não olhando apenas a questão da produção, mas, também, tratando da qualidade de uma maneira 360º, com foco no produtor, envolvendo secagem, processamento, genética, como tratar o solo, etc.”, destaca.
Em sua palestra, Saldanha contou o caminho percorrido, desde 2020, para que se chegasse ao Sistema CVA, que acompanha as mudanças ocorridas na cadeia de valor do café, com avaliações descritivas e afetivas se tornando “verdadeiros standards”, fazendo com que se deixe de observar apenas a qualidade em si, mas que se avalie a qualidade e seus atributos e valores.
“A gente está buscando o valor e valor quem atribui é o cliente, é o consumidor. O CVA chega para medir, definir e descrever atributos, analisar quais mercados mais os aceitam para melhor remunerá-los. Daí a importância de o produtor conhecer seu produto, pois, assim, ele consegue identificar quais são os mercados mais acessíveis e passa a obter mais valor por seu café especial”, explica.
Em síntese, ele anota que se trata de um processo de identificação objetiva dos atributos do café, como sabor, fragrância, aroma, after taste, doçura, corpo e acidez, alinhada com fatores subjetivos do mercado consumidor e de diferentes contextos de consumo, como avaliações física, descritiva, afetiva e extrínseca.
“Trata-se da avaliação do café para além da qualidade. Assim, passamos a ter uma ferramenta afetiva para chegar ao mercado que eu quero alcançar. Falamos de uma avaliação muito mais empática, de acordo com os anseios de e para quem estou produzindo esse café. Uma das grandes inovações do protocolo, do sistema CVA, são exatamente esses atributos extrínsecos”, completa o vice-presidente da BSCA.
De maneira geral, o sistema CVA está em linha com o propósito do 4º Qualidade no Campo, que, por meio de conexões entre produtores e profissionais do setor, permite imersão em novidades e inovações nos estágios de pré e pós-colheita da produção de cafés especiais.
“O café, hoje, não é só o sabor, só a acidez. É onde foi produzido, como foi produzido, qual é a história que está por trás dessa xícara, quais são os protocolos de sustentabilidade e os métodos de processamento... e, nisso, o Brasil é rei, o Brasil dá show. Esse protocolo extrínseco adicionado ao CVA permite captar e distribuir valor ao longo de toda a cadeia, com produtores muito mais bem remunerados e consumidores muito mais informados, criando o que chamamos, hoje, de café especial, que é o café ou a experiência com café que te permite agregar valor no mercado”, conclui Saldanha.
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